Quem se interessa minimamente pelo período eleitoral, certamente fixa os olhos na tv quando são divulgados os resultados da nova pesquisa de intenções de voto, seja para reclamar de quem está na liderança ou acompanhar o desempenho do seu candidato. Nos últimos dias, houve uma verdadeira chuva de pesquisas, partindo dos mais variados institutos (Ibope, Datafolha, Gerp), encomendados pelos veículos de imprensa mais renomados do país (Globo, Record, Folha de São Paulo).
Margem de erro, confiabilidade, número de entrevistados, estatísticas pra lá e pra cá... por que devemos acreditar nisso tudo? Não é novidade o papel da mídia na política nacional, seja com sua parcialidade habitual na forma de transmitir as notícias cotidianas, nas entrevistas um tanto quanto tendenciosas com os candidatos a governos, criminalização dos mais variados grupos...
Os números que certamente chamam menos atenção para nós (o povo) são
os de votos brancos/nulos e indecisos, o que é inversamente proporcional
ao interesse deles (ELES). A cada dia de campanha, cada debate, cada
pesquisa, esses números decrescem consideravelmente e tem como
explicação lógica cada dia de campanha, cada debate e cada PESQUISA.
No Brasil é fácil observar a insatisfação popular com a política
nacional, com as novas velhas opções para representar os desejos e
necessidades das mais diversas classes. Essa descrença comumente se
transforma em preguiça, em um “tanto faz, por mim nem votaria”. O ato de
votar, para os adultos muito se assemelha ao sentimento infantil no
dia de uma campanha de vacinação, comparecem a contragosto, por serem
obrigados, sabendo que a falta trará problemas maiores que o sacrifício
de sair de casa no dia determinado. Se uma dose da vacina já dói,
imagina precisar repetir dias depois... mais prático que anular o voto, é
depositar sua (des)confiança no líder das pesquisas e ajudar o bendito a
deixar os concorrentes para trás e garantir a vitória de cara.
No Rio de Janeiro, tem havido uma valsa de números, dois pra lá e
dois pra cá a todo instante. O Ibope mantém Garotinho na liderança em
suas últimas 3 pesquisas, porém mostra uma mudança no segundo lugar, com
o atual governador (candidato plim-plim) ultrapassando Crivella
(candidato do Bispo). Na lanterninha dos mais conhecidos, sempre ele, o
pessoense iguaçuano, Lindberg.
Para o Datafolha, Crivella colocou sua sunga florida e despencou em
um tobogã, saindo da liderança (24%) na primeira pesquisa para um mísero
terceiro lugar (18%) na terceira. Garotinho saiu de um empate técnico
para a ponta da tabela (28%), trazendo consigo Pezão com 23%.
Por mais questionáveis que sejam, pesquisas de órgãos diversos com
resultados semelhantes dão ao eleitorado certo ar de confiança, uma
certeza maior de que votar em Garotinho aumentará a chance de acabar com
um possível segundo turno, trocando os plantões sobre parciais da
apuração pela tradicional combinação de domingo com futebol e Faustão,
no conforto de seu sofá. Mas eis que surge o (pelo menos para mim)
desconhecido instituto Gerp, que ainda no mês de agosto divulga os
resultados de sua pesquisa (encomendada pela rede Record), que apresenta
empate entre Garotinho e Crivella, divergindo das demais citadas aqui
que, no mesmo período, já traziam o ex-governador com vantagem de cerca
de 10%. Não satisfeito, o Gerp foi além e, no início do mês de setembro,
levanta o já quase esquecido pastor e o coloca novamente na 2ª posição,
com percentual semelhante aos demais institutos no mesmo período. O
“furto” nos pontos ocorreu em relação ao candidato de Cabral, que nesta
pesquisa se viu com 8% menos que a do Datafolha, por exemplo.
Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão?
http://noticias.r7.com/eleicoes-2014/pesquisa-garotinho-e-crivella-tem-maiores-indices-de-intencoes-de-voto-no-rj-05092014
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/eleicoes/2014/noticia/2014/09/no-rj-garotinho-tem-28-pezao-23-e-crivella-18-diz-datafolha.html
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/eleicoes/2014/noticia/2014/09/no-rj-garotinho-tem-27-pezao-19-e-crivella-17-diz-ibope.html
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